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Um só!
//declaração para Fábio Mota.
Você já parou para pensar o quão seria difícil a nossa existência se não tivéssemos a oportunidade de ter ao nosso lado aquela pessoa em que confiamos e por quem temos o mais puro e profundo afeto? Já pensou o que seríamos de nós sem os nossos amigos? A vida seria completamente vazia, descolorida e lastimavelmente sem encantos. Ainda bem que, a despeito da prepotência de muitos de não reconhecer, todo mundo tem um amigo (ou vários), e a amizade, esse bem maior, resiste com formosura e elegância a uma época em que a individualidade do cada um por si grassa absoluta.
... descobrimos que muitas vezes os melhores caminhos são aqueles que detestamos buscar e que caminhar em direção ao mundo pode nos trazer de volta para a casa. Descobrimos que o óbvio pode não ser encantador, mas é ele que nos dá segurança. E não importa o quanto tentamos negar: chega uma hora que percebemos que é preciso ir longe para ter certeza o quão bom está perto daqueles que amamos. Descobrimos que as melhores escolhas são as mais difíceis de fazer; e as fáceis as que mais nos trarão arrependimento. Descobrimos que quem brilha muito, ofusca as próprias perspectivas; que é na aflição que podemos encontrar cambaleando muito de nossa força. Aprendemos que ser bom ou não é mais uma questão de interpretação que de valores; que por trás de cada decisão há um interesse que nem sempre será esclarecido. Descobrimos que quanto mais sonhamos em alcançar o topo, mais nos seduzimos pelo perigo. Aprendemos, entretanto, que é sonhando que podemos vislumbrar os nossos mais temidos pesadelos. E nem precisamos estar dormindo para tanto.
Dói no fundo do peito. Machuca a alma. Às vezes quando dá as caras é difícil segurar as lágrimas. É a saudade, esse irresistível sentimento universal que quando experimentado garante as mais intensas emoções. Quem não sente saudades (se é que há alguém) está livre da dor que ela proporciona, mas também precisa se conformar com a inexistência das certezas que só ela é capaz de oferecer.